O melhor da cena teatral em 2025

Escrito em 19/12/2025
Edson Cândido (@edson_candido1)

A Borra - Espaço de reflexão crítica sobre as Artes Cênicas no Ceará


Foto: Divulgação/SecultCE

 

Ufa, 2025 passou rápido demais. Já se avizinha 2026… e o que nos espera?
Mas, antes, é tempo de olhar para trás e fazer uma retrospectiva do que vi, de janeiro a dezembro,  na cena teatral do nosso Ceará.

Feliz de ruma foi ver o reconhecimento do Pavilhão da Magnólia no Prêmio Shell. Puxa, chegar até ali foi uma trajetória feita de muitas felicidades e, sobretudo, de resistência.
Mérito também do Shell ao reconhecer Ana Marlene e Jéssica Teixeira, duas potências em cena.
Esse reconhecimento é resultado direto da força viva do nosso teatro cearense.

 



Foto: Reprodução/ Rede Social

 

Vi e saí arrebentado, aos prantos, com Inacabado. O grupo Bagaceira segue cada vez mais vivo, tão vivo quanto o legado deixado por Rogério Mesquita (in memoriam).
Encantamento puro com a reabertura do Teatro Carlos Câmara. Vida pulsando no Centro.

A iluminada Sílvia Moura, nossa voz dos excluídos, assumindo o Teatro São José e o Teatro Antonieta Noronha. Ansioso pela promessa do prefeito Evandro de, finalmente, instalar o equipamento do Teatro São José.
A diretora Herê Aquino, com seus trabalhos de maestria, como Sertão Confederado, nos enchendo de orgulho.

 



Foto: Júlio Caesar/O Povo


A precisão e o gosto apurado do músico Ricardo Bacelar, em O Beijo no Asfalto, com direção de Hiroldo Serra (Comédia Cearense).
A consolidação do trabalho do grupo Mirante, sob a batuta da diretora Hertenha Glauce


A entrega absoluta dos atores e da atriz em Lampejo, do Coletivo Zanzulim.
O IFCE acertou em cheio com Fran Teixeira na montagem de conclusão de Camarim 6825: uma superversão para Roda Viva.

Rolaram também os festivais de esquetes, o Festival de Teatro de Fortaleza, o Louco em Cena (Barbalha), o Festival de Guaramiranga e a ainda ofegante Mostra Cariri, marcada por cachês baixos.

Casa renovada: o Centro Cultural Banco do Nordeste fez um gol de placa com as temporadas das sextas-feiras, sob curadoria de Paula Yemanjá.

A resistência diária dos gestores em manter vivas as sedes de teatro como o Carri Costa, o Grupo Bagaceira e tantos outros guerreiros da cena.

Vi Kátia Camila em A Casa de Bernarda Alba, com direção de Luiza Pontes. Sou suspeito para falar de Kátia Camila. Atriz de outro planeta. Não há estudo acadêmico que dê conta de explicar aquela potência em cena, aquela humanidade que transborda.

Vi também a Academia Cearense de Teatro (ACT). Vi apenas. Porque, até agora, ainda não consigo compreender o propósito do movimento.

Ah, em 2025 não vi o SATED. Ainda existe? Em contrapartida, vi o ECAD correndo atrás dos artistas para pagar direitos autorais.

 



Ilustração | Inteligência artificial

 

Queria que toda essa análise de 2025 desse conta dos territórios por onde circularam os espetáculos e experimentos: os equipamentos do Centro, da Praia de Iracema, da Aldeota…


Espero que 2026 seja mais visível para a arte que se faz no interior, nas periferias, nas quebradas.


Que, ao final de 2026, eu possa contar esse relato de lá pra cá, das quebradas para o Meireles.

Que venha 2026.


Com muito aporte financeiro para o Mais Plateia (meus boletos agradecem). Para render, ao menos, o do café (rs).

 



Foto: Divulgação/Mais Plateia

A Plataforma Mais Plateia foi a melhor iniciativa de divulgação que aconteceu neste ano. É preciso agradecer, pois, assim como o Instituto Dragão do Mar (IDM) cortou nossas pautas de temporada, os grandes veículos de comunicação também cessaram a cobertura das pautas teatrais.

Agora vou descansar.


Férias.

 

 


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